quarta-feira, 27 de julho de 2016

Relatos de uma viajante - entrevista com a jornalista Daniella Barbosa

Há algumas semanas, lançamos aqui no Rota um post sobre mulheres viajando sozinhas. Infelizmente, não param de surgir relatos de viajantes passando por situações de risco, como o caso da britânica violentada por um tripulante durante um cruzeiro de luxo, divulgado na semana passada.

Isso desencoraja mulheres a embarcar sozinhas? Talvez! Mas, não deveria! Por isso, trouxemos relatos de uma viajante nata, a jornalista Daniella Barbosa!  A Dani, como é carinhosamente chamada, ama viajar.  Nascida aqui, já morou em Curitiba, Europa e não se aguenta muito tempo no mesmo lugar, sem sair por aí, explorando o mundo!

Ela gosta tanto desse oficio “doloroso” de viajar que é blogueira e colunista em sites especializados, além de ter seu próprio livro, o Expedição Brabo! Vem conhecer um pouco da experiência da Daniella como viajante solo, além das dicas para quem, como ela, quer sair por aí, vivendo novas e inesquecíveis experiências!




- Você tem experiências em viajar sozinha? Já passou por alguma situação de risco ou constrangimento por ser mulher em um lugar desconhecido?
Já viajei sozinha algumas várias vezes e acho que essa é uma experiência que todo mundo que gosta de viajar deveria ter pelo menos uma vez na vida, costumo dizer que viajar sozinho é libertador. Nunca passei por uma situação de risco viajando sozinha, mas de constrangimento uma vez quando viajei da Itália para França em um trem noturno. Eu compartilhava a cabine com mais 5 pessoas, 4 deles homens e fui constantemente incomodada por chineses com perguntas indiscretas, machistas e invasivas.  A todo momento invadiam o meu minúsculo espaço no trem. Só pararam de me importunar quando um senhor indiano se posicionou na conversa e pediu que me deixassem em paz. 



- Quais os destinos onde se sentiu mais segura ao estar sozinha? E onde se sentiu mais ameaçada?
A Europa em geral é um lugar que me sinto bem segura em viajar sozinha. Furtos , por exemplo, podem acontecer se você se distrair, mas não ando com medo de ser estuprada ou me roubarem com uma arma na cabeça. No Brasil, em algumas cidades já me senti ameaçada, por exemplo, no centro histórico de São Luís do Maranhão. 



- Como vê a percepção de viajantes homens com relação a você, sozinha, passando e morando em diversos países, tanto em viagem quanto a pessoas próximas a você?
Hoje tem muita gente que viaja sozinha, seja homem ou mulher. Por isso mesmo digo que encontrei minha tribo nas andanças,  a tribo dos que gostam da liberdade , mas que também adoram interagir com outros viajantes e com a comunidade local.  Nunca sofri preconceito propriamente dito por ser uma mulher viajando sozinha.




- O que você daria de conselho ou informação às mulheres que não se intimidam a viajar sozinhas? 
Primeiro que não é nenhum bicho de sete cabeças, basta querer e se jogar na experiência. O mais importante é aproveitar a viagem mas sempre alerta pra não cair em roubada. Não andar em lugares desconhecidos sozinha e muito menos sem conversar com as pessoas do local pra saber se há de fato algum risco. Não dar detalhes da sua vida e do seu roteiro para desconhecidos. 





Nenhum comentário:

Postar um comentário