terça-feira, 30 de maio de 2017

Revolta ou Revolução?

Faltam vozes de sensatez capazes de atrair as convicções da sociedade



As grandes Revoluções não ocorrem por acaso, nem de um dia para outro. Levam tempo. Passam por diferentes fases. Seus dirigentes às vezes se alternam. Umas fracassam. Outras são bem sucedidas. Estas últimas se prolongam em estado latente. As classes dirigentes não se preocupam em fazer as transformações demandadas pela sociedade. Confiam na força do aparato estatal de segurança e repressão. Com o tempo, o desgaste se agrava e um pequeno incidente deflagra a luta decisiva. O Poder Executivo está impotente, o Congresso disperso, tomado por interesses pessoais e setoriais e o Judiciário começa a dar sinais de partidarismos. Às vezes me pergunto se não será isto que estamos presenciando no Brasil: o caos que precede grandes transformações.

Faltam vozes de sensatez capazes de atrair as convicções da sociedade. Política depende essencialmente da capacidade dos que se acham preparados para mandar e convencer a população de suas ideias e sobretudo de sua capacidade de pô-las em prática. A recente eleição do jovem Emmanuel Macron na França bem revela a sua capacidade de prometer com credibilidade.

Mas não é só no plano interno que estas sementes revolucionárias estão verdejando. Atenuado ou superado o conflito ideológico, o mundo voltou de certa forma ao modo antigo da interação internacional: o jogo de poder.

Em seu magistral livro “Sobre a Revolução”, a grande pensadora Hannah Arendt comenta que “os que acreditam na política de poder e, portanto, na guerra como o último recurso da política externa estão fadados a descobrir num futuro não muito distante que terão se tornado mestres numa interação inútil e obsoleta”.

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