quarta-feira, 10 de agosto de 2016

As minas nas Olimpíadas

A participação feminina nos Jogos de 2016 é recorde e já traz destaques entre as atletas



O número de mulheres competindo nos Jogos Olímpicos do Rio já é o maior de todos os tempos. Ao todo, são 5.180 atletas inscritas em todas as modalidades, superando em 10.77% o número de participantes das Olimpíadas de Londres. Apesar de ainda não haver equidade entre os gêneros, a porcentagem representa um grande passo ao considerar que as mulheres nem sempre foram permitidas a se inscrever na competição. Porém, ainda há muito a ser conquistado.

As mulheres só começaram a participar dos jogos olímpicos no ano 1900, quando a competição foi sediada em Paris. Na época, as 22 atletas representavam 2,21% do total de competidores, disputando nas modalidades de vela, críquete, tênis, hipismo e golfe. Brasileiras entraram ainda mais tarde nas competições, na edição de 1920 e só começaram a ganhar medalhas, inclusive de ouro, nos jogos de Atlanta em 1996, no vôlei de praia, basquete e vôlei de quadra.

Tenista britânica Charlotte Cooper, a primeira mulher 
a ganhar uma medalha Olímpica, em 1992. 
Foto: Wikipédia


Foi aí que o país comemorou a participação memorável de nomes como Hortência, Magic Paula, Ana Moser, Fernanda Venturini, Virna, Jaqueline e Sandra. A partir daí, as meninas foram ganhando ainda mais espaço, inclusive em modalidades até então  masculinas, como o judô, futebol, salto em distância e taekwondo. Nos jogos de Pequim, em 2008, nossas atletas trouxeram nas malas o total de 15 medalhas, entre elas duas douradas com Maureen Maggi e o time de vôlei de quadra.

Jaqueline e Sandra, ouro no vôlei de praia em 1996
Foto: IG


Neste ano, as mulheres estão dando verdadeiro show em suas participações, com alguns destaques. A brasileira Marta, a melhor jogadora de futebol do Brasil, lidera a equipe feminina que, em seu terceiro jogo, já estava classificada para as Quartas de Final.  E ela não está sozinha, formando com Formiga, que disputa sua sexta Olimpiada, o motor da seleção brasileira. A judoca Majlinda Kelmendi, do Kosovo, levou a medalha de ouro na modalidade, tornando-se símbolo de luta para seu país.  

Formiga
Foto: Zero Hora

Majlinda Kelmendi
Foto: Zero Hora
Gaurika Singh, do Nepal, tem apenas 13 anos e é a competidora mais nova dessa edição. Sobrevivente de um terremoto em seu país, doou suas premiações para a reconstrução de escolas. Também é uma guerreira a nadadora síria Yusra Mardini, que nadou por três horas e meia entre Turquia e Grécia para salvar refugiados encalhados em um barco. A ginasta Oksana Chusovina, do Uzbequistão, entrou para a história como a mulher mais velha a competir em uma Olimpíada, aos 41 anos.

Gaurika Singh
Foto: Zero Hora

Oksana Chusovitina
Foto: Zero Hora

Yusra Mardini
Foto: Zero Hora


E o que dizer de nossa judoca Rafaela Silva que, aos 24 anos, trouxe a primeira medalha de ouro da delegação brasileira, emocionando a todos com sua história de vida e superação? Sem falar na equipe de ginástica olímpica brazuca que tem, entre suas pequenas notáveis, Flávia Saraiva, que ganhou a simpatia do público no último domingo com sua respeitável desenvoltura em todos os aparelhos das provas. Aliás, os resultados da equipe, em um todo, garantiram vaga nas próximas etapas da competição.

Rafaela Silva
Foto: Zero Hora

Equipe brasileira de ginástica olímpica
Foto: Zero Hora



Para que a participação feminina seja ainda maior nos próximos jogos, a ONU Mulheres amplia o projeto Uma Vitória Leva à Outra, que oferece treinamento esportivo aliado à discussões sobre gênero. O projeto atende 400 meninas no Rio de Janeiro e pretende chegar aos 2,5mil no ano que vem, antes de ser disseminado para outras regiões do país e América Latina. Esse é o ideal de expansão na unidade brasileira do projeto, já que ele está presente em mais 25 países, contemplando 217mil mulheres. 

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