A participação feminina
nos Jogos de 2016 é recorde e já traz destaques entre as atletas
O
número de mulheres competindo nos Jogos Olímpicos do Rio já é o maior de todos
os tempos. Ao todo, são 5.180 atletas inscritas em todas as modalidades,
superando em 10.77% o número de participantes das Olimpíadas de Londres. Apesar
de ainda não haver equidade entre os gêneros, a porcentagem representa um
grande passo ao considerar que as mulheres nem sempre foram permitidas a se
inscrever na competição. Porém, ainda há muito a ser conquistado.
As mulheres só começaram a participar dos
jogos olímpicos no ano 1900, quando a competição foi sediada em Paris. Na época,
as 22 atletas representavam 2,21% do total de competidores, disputando nas
modalidades de vela, críquete, tênis, hipismo e golfe. Brasileiras entraram
ainda mais tarde nas competições, na edição de 1920 e só começaram a ganhar
medalhas, inclusive de ouro, nos jogos de Atlanta em 1996, no vôlei de praia,
basquete e vôlei de quadra.
Tenista britânica Charlotte Cooper, a primeira mulher
a ganhar uma medalha Olímpica, em 1992.
Foto: Wikipédia
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Foi
aí que o país comemorou a participação memorável de nomes como Hortência, Magic
Paula, Ana Moser, Fernanda Venturini, Virna, Jaqueline e Sandra. A partir daí,
as meninas foram ganhando ainda mais espaço, inclusive em modalidades até então masculinas, como o judô, futebol, salto em
distância e taekwondo. Nos jogos de Pequim, em 2008, nossas atletas trouxeram
nas malas o total de 15 medalhas, entre elas duas douradas com Maureen Maggi e
o time de vôlei de quadra.
Jaqueline e Sandra, ouro no vôlei de praia em 1996 Foto: IG |
Neste
ano, as mulheres estão dando verdadeiro show em suas participações, com alguns
destaques. A brasileira Marta, a melhor jogadora de futebol do Brasil, lidera a
equipe feminina que, em seu terceiro jogo, já estava classificada para as
Quartas de Final. E ela não está sozinha,
formando com Formiga, que disputa sua sexta Olimpiada, o motor da seleção
brasileira. A judoca Majlinda Kelmendi, do Kosovo, levou a medalha de ouro na
modalidade, tornando-se símbolo de luta para seu país.
Formiga Foto: Zero Hora |
Majlinda Kelmendi Foto: Zero Hora |
Gaurika
Singh, do Nepal, tem apenas 13 anos e é a competidora mais nova dessa edição. Sobrevivente
de um terremoto em seu país, doou suas premiações para a reconstrução de
escolas. Também é uma guerreira a nadadora síria Yusra Mardini, que nadou por três
horas e meia entre Turquia e Grécia para salvar refugiados encalhados em um
barco. A ginasta Oksana Chusovina, do Uzbequistão, entrou para a história como
a mulher mais velha a competir em uma Olimpíada, aos 41 anos.
Gaurika Singh Foto: Zero Hora |
Oksana Chusovitina Foto: Zero Hora |
Yusra Mardini Foto: Zero Hora |
E
o que dizer de nossa judoca Rafaela Silva que, aos 24 anos, trouxe a primeira
medalha de ouro da delegação brasileira, emocionando a todos com sua história
de vida e superação? Sem falar na equipe de ginástica olímpica brazuca que tem, entre suas
pequenas notáveis, Flávia Saraiva, que ganhou a simpatia do
público no último domingo com sua respeitável desenvoltura em todos os
aparelhos das provas. Aliás, os resultados da equipe, em um todo, garantiram vaga nas próximas etapas da competição.
Rafaela Silva Foto: Zero Hora |
Equipe brasileira de ginástica olímpica Foto: Zero Hora |
Para
que a participação feminina seja ainda maior nos próximos jogos, a ONU Mulheres
amplia o projeto Uma Vitória Leva à Outra, que oferece treinamento esportivo
aliado à discussões sobre gênero. O projeto atende 400 meninas no Rio de
Janeiro e pretende chegar aos 2,5mil no ano que vem, antes de ser disseminado para
outras regiões do país e América Latina. Esse é o ideal de expansão na unidade
brasileira do projeto, já que ele está presente em mais 25 países, contemplando
217mil mulheres.
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