O melhor do Caribe bem ali, na Baía de Todos os Santos
Águas
de um azul estonteante, areia branquinha, árvores retorcidas à beira da praia,
ruas de paralelepípedos e velhinhas sentadas na porta de casa, admirando o fim
de tarde. Assim é Itaparica, município localizado na Ilha de mesmo nome, que
abriga prédios coloniais e calçamento de paralelepípedos. O mar calmo e de
águas mornas é um verdadeiro convite para quem busca descanso em meio à
cenários idílicos, que em nada perdem para as badaladas praias caribenhas.
Chegando
a Salvador, o caminho é pegar o ferry boat no Terminal de São Joaquim que leva
até Bom Despacho, já na Ilha (saídas a cada hora, bilhetes a partir de R$4 e
travessia de 60min). Normalmente, as embarcações saem cheias da capital baiana,
tanto de turistas quanto moradores locais. Além disso, o acesso a elas é feito
por escadas íngremes e estreitas, portanto, evite levar malas de puxar, dando
preferência a mochilas, facilitando o embarque e, até mesmo, sua acomodação a
bordo.
Chegando
a Bom Despacho, caso sua opção de hospedagem já não inclua um traslado (o que,
sinceramente, não compensa, pois os preços cobrados são absurdos), pegue um
taxi até sua acomodação. Ok mas, e onde ficar? O município é pequeno mas,
oferece boas opções para todos os bolsos. O Club Med Itaparica (diárias a
partir de R$800), situado na Praia da Conceição, faz o tipo resortão, cujo
ponto forte é a animada equipe de recreadores mas, fica afastado do centro,
portanto, contra indicado para quem gosta de andar.
Club Med Itaparica |
Sócios
e dependentes podem desfrutar do Grande Hotel Sesc Itaparica, novinho,
localizado na Praia do Forte. Apesar de ser frente praia, não dá acesso direto
a ela por ser rodeado por um mangue. Também tem uma equipe animadíssima de
recreadores, além de atividades de cunho cultural para crianças e adultos
durante todo o dia. Quem não precisa de tanto espaço, pode optar por ficar no
Centro ou próximo à Marina de Itaparica, que reúne desde pousadas simples até
apart hotéis.
Por
mais tentador que seja ficar lagarteando sob o sol, vale a pena conhecer o
centro histórico da cidade. Um breve e agradável passeio pela orla já revela
suas construções mais importantes. A caminhada pode começar pela Fonte da Bica,
em frente à Marina, cujas àguas têm propriedades medicinais. Logo adiante, uma
visita à Matriz do Santíssimo Sacramento, construída no séc.18 e revitalizada
em 2012. Na mesma praça fica a Igreja de São Lourenço, erguida ainda no séc.
17.
Igreja de São Lourenço |
Fonte da Bica |
O
percurso segue para o norte da Ilha, onde ficam a Capela de Nossa Senhora da
Piedade e o Forte de São Lourenço. No caminho, casas coloniais convivem, lado a
lado, com mansões beira praia, com vistas deslumbrantes de seus terraços. Se
começar a caminhada no meio da tarde, ainda vai chegar ao Forte a tempo de
assistir ao belíssimo espetáculo do pôr-do-sol, considerado um dos mais belos
da Bahia. Moradores celebram a despedida do astro-rei praticando stand up
paddle enquanto a maré ainda não chega à encosta.
Capela de Nossa Senhora da Piedade |
Forte de São Lourenço |
Pôr do sol no Forte |
Além
de seu casario colonial, Itaparica é dona de praias deslumbrantes, com mar
ideal para esportes aquáticos. Mais próximas ao centro, estão a Praia do Forte
e Ponta da Areia. A primeira é menos frequentada por banhistas mas, vale a pena
pelo cenário: delimitada à esquerda pela Marina e à direita pelo Forte de São
Lourenço. Seu forte são as barracas de praia – aposte na barraca do Mario, que
vende bebidas geladas e acarajé feito na hora. Já Ponta da Areia é uma das mais
belas e frequentadas da ilha, com coqueiros e areia fina.
Os
melhores restaurantes se concentram na região da Marina. Além do visual
imperdível dos pássaros e barcos ancorados, é ali que você encontra o melhor do
artesanato local, Centro de Informações, além de único terminal de Banco 24h da
cidade. E aqui, cabe um alerta: o município é pequeno, portanto, o risco de o
caixa ficar sem dinheiro é grande. Então, para evitar transtornos, procure
sacar valor suficiente já no dia de chegada (ou durante sua pernada pelo centro
histórico).
Pátio da Marina |
Marina de Itaparica |
Para
conhecer as demais praias, é preciso dar a volta pela Ilha de Itaparica.
Passando pelo Terminal do Bom Despacho, chega-se a Penha. Situada dentro de um
condomínio de luxo, tem acesso restrito para carros. A praia é marcada pela
capelinha e, no verão, fica repleta de lanchas, jet skis e praticantes de Wind
e kitesurfe. Um pouco mais frente, fica a praia da Coroa que tem esse nome
porque, quando a maré desce, o mar cede lugar a uma grande coroa de areia. Não
espere muita estrutura por lá, então, aproveite mar e a sombra dos coqueirais.
Penha |
Seguindo
pela BR-101, chega-se à Praia de Conceição (aquela onde fica o Club Med), com
mar fechado, calmo e vista para Salvador. O resort fica ao sul da ilha e
seguranças vigiam o acesso aos não hóspedes sem, no entanto, impedir a visita
ao trecho onde são realizados os esportes aquáticos oferecidos pelo
empreendimento. Dois quilômetros a frente, fica Barra Grande, vila de
pescadores com mar mais agitado (próprio para o surfe), vários condomínios,
barracas de praia e a melhor infraestrutura da região.
Barra Grande |
A
próxima parada é Tairu. De beleza singular (é considerada uma das mais belas da
Ilha), é cercada por um vasto coqueiral e recife, além de barracas espalhadas
por suas areias que, de tão brancas, chegam a cegar os olhos. O ponto final do
tour fica por conta da Caixa Pregos, uma das mais isoladas da Ilha. A praia é
praticamente virgem e uma de suas principais atrações é a praça em frente à
Marina, onde é possível descansar nas piscinas naturais e saborear os petiscos
servidos pelos bares da região.
Tairu |
Marina de Caixa Prego |
Além
dos tours de praia e passeios de barco pelos manguezais, também é possível dar
um pulo à Morro de São Paulo. Mas, isso já é assunto para um próximo post! Só
uma dica: no retorno, passe uma noite em Salvador. Ademais das já conhecidas
atrações da capital baiana, a pernoite por lá te possibilita pegar o ferry de
forma mais tranquila, sem o stress de perder seu voo de retorno. Depois de
tantos dias de descanso, para que se preocupar justo no dia de ir embora, não é
mesmo?
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